I I I
I Infante I
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Na minha humilde casa havia um quintal o qual era o meu mundo fantástico.
Lá eu brincava de ser princesa e imaginava um reino de bruxas e fadas, sapos que viravam príncipes e castelos encantados.
Eu era guria travessa, brincava e saltava de galho em galho, sempre inquieta feita menina moleca.
No meu pequeno mundo tinha cajueiros, goiabeiras, coqueiros e mangueiras. Tinha também uma casinha de madeira que saía do chão à goiabeira, tinha um balançador feito pelo papai que ficava nos galhos do cajueiro, era tudo que eu tinha para brincar, mas, a minha imaginação era grande e junto a pitadas de quimera, transformava esses poucos metros de terra com suas árvores frutíferas em um lugar mágico onde eu mesma escrevia minhas estórias.
Recordo-me das muitas brincadeiras como: amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, pular elástico, pular corda... E até mesmo brincadeira de menino: bola de gude, bandeirinha, soltar pipa, rodar peão, futebol de areia, carimba e muitas outras que eu inventava juntos à criançada.Além disso, lembro-me das famosas cantigas de roda... Ah! Éramos repletos de candura.
No inverno, deixava de lado meu mundinho e saia pelas ruas à procura de biqueiras e deliciava-me com as águas pluviais e em seguida, ia correndo pra casa esconder-me do frio, agasalhando-me embaixo dos cobertores.
Quando chegava o verão eu e minha família íamos junto à praia, lá eu fazia castelos de areia e depois deixava que as ondas os levassem. Além disso, pedia pra mamãe enterrar-me na areia e eu achava aquilo o máximo.
Lembro-me das vezes que minhas traquinagens deixavam meu pai zangado a ponto de eu ganhar umas boas palmadas. Nunca entendi quando ele dizia: “Você é muito grandinha pra estar fazendo isso.”, enquanto outra hora dizia: “Você é muito pequenininha e não pode fazer isso.” Afinal, eu era grande ou pequena? Trago na memória as muitas vezes que minha vovozinha me cobria de mimos, principalmente quando eu tinha ganhado umas boas palmatórias na mão. O aconchego do meu lar era o que existia de mais precioso e o afago dos meus pais era o meu maior tesouro.
Tempos bons os de minha puerícia...
... Regozijo-me de guardar sempre viva na lembrança, minha meninice que foi recheada de contos e encantos e do júbilo de ser criança.










